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Campanha: ‘As profissões não têm sexo’

Campanha: ‘As profissões não têm sexo’

Amanhã, Dia do Trabalhador, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) assinala o 1º de Maio com o lema: “as profissões não têm sexo”, uma campanha onde este organismo público pretende realçar que qualquer profissão pode ser desempenhada quer por homens ou por mulheres.

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Campanha: ‘As profissões não têm sexo’

Dando o exemplo de um casal, ela comandante de avião comercial, ele educador de infância, a CITE assinala com estes protagonistas o Dia do Trabalhador lembrando que “as profissões são para as pessoas” e que o equilíbrio entre mulheres e homens numa sociedade desenvolvida é ponto “essencial em todos os domínios da vida”.

Para a CITE, nada justifica que não se inverta por completo o “estereotipo” ainda ligado ao mundo do trabalho de que há profissões que devem ser apenas exercidas por homens, enquanto outras unicamente reservadas a mulheres, sustentado que pelo contrário o acesso às profissões, “a todas as profissões” deve ser para pessoas “independentemente do seu sexo”.

Lembrando que o mundo do trabalho é composto por homens e por mulheres, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, não deixando de alertar para o caminho que ainda falta percorrer para que haja uma completa paridade em matéria de leis, sustenta, contudo, que também a aposta na educação é um dos aspetos” fundamentais” para que os jovens, rapazes ou raparigas, disponham dos instrumentos e da capacidade suficiente para poderem livremente escolher o seu futuro e a profissão que querem exercer, recordando que “o talento está em todo o lado e não tem sexo”.

Muito foi já mudado

Portugal, 45 anos depois do 25 de Abril de 1974 é hoje, apesar do que ainda falta fazer, também em matéria de igualdade de género, um país muito diferente e muito mais justo do que era quando os capitães de Abril derrubaram o regime do Estado Novo.

Dos vários objetivos que ainda faltam cumprir, a CITE destaca o princípio do salário igual para trabalho igual, lamentando que este continue a ser ainda um dos aspetos negativos na área laboral em Portugal, num país, como salienta, onde as mulheres, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) “recebem em média menos 22,1% do salário dos homens”.

Outros desafios estão igualmente colocados nesta maratona pela igualdade, designadamente em matéria de acesso ao emprego e a cargos de chefia, uma vez que, como reconhece a CITE, tanto em Portugal como em grande parte dos países no mundo, os homens continuam a exercer em maior número os cargos de liderança nas empresas ou nos organismos públicos, uma posição que lhes permite serem também eles a escolher os seus pares.

Um cenário que, na opinião da presidente do organismo público, Joana Gíria, está ainda muito vivo na sociedade portuguesa, mas que contraria em absoluto um conjunto vasto de estudos que apontam para uma outra realidade segundo a qual “onde há paridade há mais produtividade”.

A líder da CITE refere também que um outro grande desafio em matéria de discriminação reside na questão da conciliação, defendendo, a este propósito, que é preciso inverter cada vez mais o atual status quo, “chamando homens à esfera privada e mulheres à esfera pública”.