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Autarcas de Lisboa contra primeiros sinais de privatização da água

Autarcas de Lisboa contra primeiros sinais de privatização da água

Os 18 autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML) concentraram-se em protesto contra a agregação de sistemas multimunicipais na empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo, garantindo que tudo farão para impugnar o processo. O PS pediu já a apreciação parlamentar do decreto-lei 294/2015 de 29 de maio.

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Autarcas de Lisboa contra primeiros sinais de privatização da água

A presidente do município de Odivelas e dirigente socialista Susana Amador disse, em declarações exclusivas ao AS Digital, que esta é “mais uma peça da fúria privatizadora do Governo”.

Salientando o caráter essencial para a vida das pessoas do sector das águas, Susana Amador classificou esta investida do Executivo como “uma antecâmara da privatização” que implicará uma penalização para os munícipes de pelo menos 71 concelhos com aumentos tarifários na ordem dos 25 a 30%.

“E nada garante que não se verifiquem aumentos nos restantes municípios dos 189 abrangidos pela agregação”, alertou a edil de Odivelas, para quem o património acaba por ser “vilipendiado”, a vertente ambiental “fica comprometida” e volta a verificar-se um “inaceitável desrespeito institucional pelo poder local”.

De referir que a ação de protesto decorreu junto à Mãe de Água, nas Amoreiras, Lisboa, onde os autarcas se concentraram para manifestar a sua oposição à referida agregação em alta, integrada na reestruturação do sector que é preconizada pelo Governo PSD/CDS.

Recorde-se que o Executivo Passo/Portas pretende implementar a fusão dos 19 sistemas multimunicipais em apenas cinco empresas.

Segundo o presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Basílio Horta (PS), os “municípios repudiam totalmente esta reestruturação”, uma vez que é “lesiva para as pessoas”.

“É uma lei injusta, inócua e ilegal. É uma falta de humanidade para quem tem um país nas condições económicas e sociais que tem avançar com uma proposta que vai aumentar o custo da água”, vincou o também presidente da Câmara Municipal de Sintra, referindo que no caso daquele município se prevê um aumento de mais de 25%.

“As câmaras não aceitam, rejeitam, e irão até às últimas consequências para impugnar este processo”, garantiu.