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As cinco razões para votar no PS

As cinco razões para votar no PS

1. Portugal está mal. Tem mais pobres e mais pessoas em risco de pobreza. A classe média foi esmagada. As desigualdades aumentaram. Aumentou o desemprego e diminuiu a proteção social. Empresas públicas estratégicas foram vendidas ao desbarato, sem critério nem preocupações com o interesse estratégico nacional. A economia caiu. Caiu a pique o investimento. Reduziu-se o ritmo de crescimento das exportações. As famílias perderam rendimento e património. A emigração regressou aos números anteriores ao 25 de Abril. Os mais jovens e qualificados estão a partir.

Opinião de:

As cinco razões para votar no PS

Portugal está pior do que estaria se o Governo PSD-CDS não tivesse querido ir “além da troica”. A consolidação orçamental está por fazer, na sua vertente estrutural, e a dívida subiu para 130% da riqueza produzida anualmente. O sistema bancário continua à beira do abismo. A administração e os serviços públicos foram desmantelados e instalou-se a incompetência.

As poucas coisas que melhoraram, em relação a 2010, e se resumem às condições de financiamento do Estado e aos juros da dívida pública, resultam da ação do BCE, à qual se opôs o Governo de Passos e Portas. O modestíssimo crescimento da economia, nos anos mais recentes, deve-se, por um lado, aos efeitos do crescimento da Zona Euro e, por outro lado, à travagem imposta pelo Tribunal Constitucional aos cortes do Governo. Mesmo assim, a este ritmo, continuaríamos com níveis de desemprego e dívida insuportavelmente altos e níveis de rendimento e proteção insuportavelmente baixos.

2. Passos Coelho e Paulo Portas não merecem confiança. Mentiram, quando garantiram uma coisa na campanha eleitoral de 2011, e fizeram precisamente o contrário. Mentem agora, quando por exemplo dizem que a austeridade não atingiu os mais pobres ou que o IVA não foi aumentado. Escondem o seu programa e, em particular, o corte de 600 milhões nas pensões. Provocam o sofrimento das pessoas e são indiferentes ao seu sofrimento: o sofrimento dos idosos que perderam o complemento solidário, o sofrimento dos dependentes em primeiro grau que perderam o apoio da segurança social, o sofrimento das famílias que perderam o abono, o sofrimento dos doentes que esperam tempos infindos nas consultas e urgências, o sofrimento das centenas de milhares de pessoas de todas as idades e condições que perderam o emprego, o sofrimento dos idosos que deixaram de ter dinheiro para pagar sequer os medicamentos.

3. Não basta que a maioria dos portugueses esteja contra o Governo. Não chega haver uma maioria de rejeição. Só é possível mudar de Governo se essa maioria for também uma maioria de alternativa. E apenas o PS pode liderar essa alternativa. Aliás, o PS é o único partido que concentra o seu combate na direita e define como objetivo fundamental derrotar a direta. Não é possível derrotar a direita atacando o PS. A mudança de política exige a mudança de Governo e esta só se realiza através de um novo Governo liderado pelo PS. A vitória eleitoral não está garantida por coisa nenhuma: ela depende do voto de cada pessoa.

4. Votar no PS é escolher António Costa para o lugar de primeiro-ministro. É escolher um político experimentado, coerente, com ideias próprias, com sentido de Estado, que já demonstrou competência e capacidade de dialogar e de fazer em várias funções públicas, no Governo e no Parlamento, no Estado e no Poder Local. É preferir António Costa, que conhecemos e em quem, por isso, confiamos, a Passos Coelho, que também já conhecemos e em quem, por isso, não podemos confiar.

Porque conhecemos António Costa, podemos confiar. Porque conhecemos Passos Coelho, não podemos confiar. 

5. O programa do PS é simples: é virar a página da austeridade, dentro do quadro europeu e da moeda única. Não é renunciar às reformas, mas pelo contrário fazê-las, a começar pela reforma do Estado, que a direita não fez. Não é optar pela facilidade, nem prometer tudo a todos: isso está a fazê-lo agora, à pressa e em desespero, a direita. É apostar na raiz de tudo, que é o crescimento económico e do emprego, articulando medidas de modernização, estímulo ao investimento e combate à precariedade, com medidas de devolução de rendimento às famílias, para que haja procura para as nossas empresas e os seus produtos. 

Estas medidas são conhecidas, estão calculadas, o seu custo e o seu benefício foram estimados. As contas estão feitas e batem certo. O próprio PSD, que ensaiou o número de colocar publicamente umas perguntas sobre a solidez do cenário macroeconómico apresentado pelo PS, calou-se bem caladinho quando recebeu as respetivas respostas, cristalinas e detalhadas. Há novas possibilidades na Europa, que é preciso aproveitar, com um Governo apostado em defender o interesse nacional. E, sem que isso custe mais dinheiro, pelo contrário poupando-o, há muito trabalho a fazer para devolver competência ao Governo, respeitar a administração pública e as instituições do Estado, deixar respirar as escolas, os centros de saúde e os hospitais, acarinhar o trabalho dos profissionais, remover obstáculos à iniciativa empresarial – e ter palavras de esperança para as portuguesas e os portugueses, em vez de tratá-los como se fossem culpados e devessem ser punidos.