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Aposta nas energias renováveis é fator decisivo de modernização e crescimento da economia

Aposta nas energias renováveis é fator decisivo de modernização e crescimento da economia

A aposta nas energias renováveis “é um fator de modernização e de crescimento da economia”, defendeu António Costa, no município de Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, onde visitou as obras do complexo hidroelétrico de armazenamento de energia do Tâmega.

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Aposta nas energias renováveis é fator decisivo de modernização e crescimento da economia

O primeiro-ministro visitou ontem o andamento das obras da barragem de Daivões e da subestação de Gouvães, inseridas no complexo electroprodutor do Tâmega, um dos maiores sistemas hidroelétricos que está a ser construído em território nacional, considerando este empreendimento “estratégico” para permitir que em 2021 e 2023 Portugal possa encerrar as duas centrais a carvão ainda em funcionamento, respetivamente Pego e Sines, definindo o que considera serem os “três pilares” fundamentais da política energética do país: “fomentar as interligações, aumentar a aposta nas energias renováveis e continuar a trabalhar de um modo sustentado para a redução do seu custo através da melhoria tecnológica das suas fontes de produção”.

Para António Costa, este complexo hidroelétrico representa “uma reserva estratégica” que tem tudo para poder satisfazer as necessidades energéticas do país, nos dias em que não há “sol, vento e os caudais disponíveis de água são insuficientes”, mas também uma boa alternativa, como acrescentou, para a desativação, “ainda nesta legislatura”, das duas centrais a carvão que ainda estão a ser utilizadas, lembrando que nas três barragens que estão a ser construídas nesta região transmontana, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega, quando estiverem em pleno funcionamento, vão produzir cerca de “6% do consumo nacional” de energia, sendo que a sua capacidade de armazenamento, como também referiu o primeiro-ministro, vai assegurar não só a estabilidade e a segurança do consumo, mas também permitir que Portugal cumpra a meta de encerrar nos próximos três anos as duas centrais a carvão.

Neutralidade carbónica

A este propósito, o primeiro-ministro lembrou que Portugal tem uma “meta muito ambiciosa a cumprir”, recordando que foi o primeiro país do mundo a assumir em 2016 o compromisso da neutralidade carbónica em 2050 e a aprovar, em 2019, um “roteiro integrado para alcançar este objetivo”. Estas foram decisões, como sustentou, que não foram tomadas de ânimo leve, não só porque o Governo português está genuinamente empenhado no combate às alterações climáticas, mas também porque Portugal é um dos países que mais poderá ser “afetado pelas alterações climáticas”, designadamente, como referiu, ao nível da “erosão costeira, pela seca ou pelo elevado risco de incêndio florestal”.

O primeiro-ministro referiu ainda que nenhum parceiro europeu, “a começar por Espanha”, pode duvidar da importância do “aumento das interconexões energéticas” de Portugal com o país vizinho e da “Península Ibérica com a Europa”, como um contributo decisivo para “melhorar o mix energético do conjunto da Europa”, defendendo que estas sinergias vão permitir também “melhorar a segurança energética da Europa em todas as suas valências”.

António Costa, que nesta visita esteve acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e pelo presidente da Iberdrola, o espanhol Ignacio Galán, fez ainda questão de referir que se o país quer reduzir em 50% as suas emissões em 2030 é fundamental que trabalhe bem e depressa na área da energia, lembrando a este propósito que hoje Portugal já tem cerca de 54,55% da sua eletricidade produzida por fontes de energia renovável, sendo que em 2030 esta percentagem terá de aumentar para os 80%.