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António Guterres alerta para necessidade de “medidas mais drásticas” no combate às alterações climáticas

António Guterres alerta para necessidade de “medidas mais drásticas” no combate às alterações climáticas

António Guterres, secretário-geral da ONU, quer que a comunidade internacional discuta “medidas mais drásticas para combater as alterações climáticas”.

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António Guterres alerta para necessidade de “medidas mais drásticas” no combate às alterações climáticas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, espera que possam surgir soluções baseadas no potencial da natureza e o reforço das oportunidades de emprego digno da Cimeira de Ação Climática, que terá lugar no dia 23, em Nova Iorque.

A Cimeira de Ação Climática, que antecede a Assembleia Geral da ONU, que se realiza até 30 de setembro em Nova Iorque, não vai trazer todas as soluções, mas poderá dar uma nova dinâmica e “impulso aprimorado” no combate às alterações climáticas.

Em conferência de imprensa, António Guterres anunciou que a Cimeira vai incluir anúncios de planos significativos para reduzir em 45% as emissões de dióxido de carbono durante a próxima década e para chegar à neutralidade de carbono até 2050.

Além destas metas, o líder das Nações Unidas disse que vão ser discutidas medidas mais drásticas para combater as alterações climáticas, nomeadamente o fim de subsídios no uso de combustíveis fósseis e o agravamento do preço a pagar pelas emissões de carbono.

A Assembleia Geral pretende “dar uma maior dimensão a soluções baseadas no potencial da natureza, criar maneiras mais limpas para o método de trabalho nas contribuições da sociedade, consolidar resiliência, proteger as populações e promover empregos decentes para uma transição justa”, afirmou António Guterres.

O socialista que agora lidera as Nações Unidas sublinhou a importância da comunidade internacional apoiar o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund), sobretudo o “o mundo desenvolvido”, que deverá passar a contribuir com fundos monetários anualmente a partir de 2020, por forma a reforçar os compromissos com os países em desenvolvimento na adaptação e mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

Cimeira da Juventude

A Cimeira de Ação Climática será precedida pela Cimeira da Juventude sobre alterações climáticas, que terá lugar no fim-de-semana, a qual será dirigida por jovens ativistas.

Os jovens “estão absolutamente corretos em pressionar-nos para fazermos melhor e unirmo-nos através da ciência”, afirmou Guterres.

“É absolutamente notável a liderança e iniciativas que a juventude mostra em todo o mundo”, o que, disse António Guterres, acalenta a esperança de que esta dinâmica tenha impacto em toda a sociedade e também aos políticos e governos.

Segundo Guterres, começam a surgir sinais positivos, visto que cada vez mais instituições públicas e privadas incluem o ambiente nas suas preocupações, designadamente os bancos e agências financeiras que já incluem os riscos climáticos nas suas análises.

O líder da ONU considerou que o fato de alguns agentes privados da industria de recursos naturais estarem a reduzir a utilização de combustíveis fósseis são também “sinais muito fortes dos mercados de setor privado” que podem influenciar as decisões políticas no mundo.

O secretário-geral alertou, mais uma vez, para o facto de que o mundo está a “perder a corrida contra as alterações climáticas”, o que constitui um “problema trágico para todas as sociedades do mundo”.

“Tenho três netos e não quero ser responsável por viverem num planeta semi-destruído quando chegarem à minha idade”, exclamou António Guterres.