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António Costa aponta estratégia para a Europa

António Costa aponta estratégia para a Europa

O primeiro-ministro português quer uma “nova agenda estratégica que procure responder às principais prioridades” dos europeus.

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António Costa aponta estratégia para a Europa

António Costa esteve ontem no jantar informal, em Bruxelas, que juntou os chefes de Estado ou de governo da União Europeia. O encontro serviu para analisar os resultados das eleições para o Parlamento Europeu e deu início ao processo de nomeação dos presidentes das instituições da União (Comissão, Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e política de segurança, Banco Central e Conselho) que serão designados no Conselho Europeu de junho.

“A prioridade é conseguirmos fixarmo-nos numa nova agenda estratégica que procure responder às principais prioridades que os cidadãos claramente sinalizarem nestas eleições”, referiu o primeiro-ministro, antes do encontro.

Nesse sentido, importa criar “mais e melhores empregos, enfrentar as alterações climáticas, combater as desigualdades, estabilizar a união económica e monetária”, defendeu.

Para o líder socialista é igualmente importante construir “uma agenda estratégica para o relacionamento com África, aumentar o investimento na inovação, gerir melhor as migrações”.

“É com base nesta agenda estratégica que é necessário construir uma plataforma progressista e democrática que permita assegurar uma maioria estável quer no Conselho [Europeu] quer no Parlamento Europeu, e que permita eleger uma nova Comissão [Europeia]”, afirmou o chefe do Executivo, acrescentando que o presidente futura Comissão Europeia “deve ser alguém que tenha uma forte experiência executiva, quer ao nível nacional, quer ao nível europeu”, considerou.

“O executivo da União Europeia é a Comissão e, portanto, seria estranho que o seu presidente não fosse alguém que tenha essa experiência, como tem sido sempre”, disse.
António Costa defende que a escolha do “intérprete desta nova agenda” deve ser feita no quadro do Parlamento Europeu.

“Devemos procurar respeitar a posição do Parlamento Europeu e não acho que seja difícil encontrar entre os ‘spitzenkandidaten’ (candidato indicado por cada uma das famílias políticas) quem tenha este perfil e possa ser o intérprete desta nova agenda que assegure uma mudança na União Europeia e nos permita focar nestas prioridades”, disse.

Timmermans é o melhor candidato

Neste sentido, António Costa considera que o socialista holandês Frans Timmermans tem o perfil ideal para assumir a presidência da Comissão Europeia.

“Frans Timmermans tem uma grande experiência governativa na Holanda, tem uma grande experiência na Comissão Europeia – foi o primeiro vice-presidente ao longo destes anos –, e facilmente reúne consensos”, afirmou.

Na sua declaração, o líder do PS lembrou que o processo de escolha implica acordo para que haja uma maioria no Conselho Europeu, e acordo entre o Conselho e o Parlamento.

“O Parlamento foi muito claro com a sua conferência de presidentes de grupos a dizer que o próximo presidente da Comissão deve ser um dos ‘spitzenkandidaten’”, concluiu António Costa.