home

Agravamento da economia acentua urgência num acordo robusto e ambicioso no Conselho Europeu

Agravamento da economia acentua urgência num acordo robusto e ambicioso no Conselho Europeu

As previsões negativas avançadas esta semana pela Comissão Europeia, sobre o agravamento da economia dos 27, “revelam a urgência de um acordo” na próxima reunião do Conselho Europeu, defendeu o primeiro-ministro, António Costa, no encontro que ontem manteve em Lisboa com o líder do Executivo italiano, Giuseppe Conte.

Notícia publicada por:

Agravamento da economia acentua urgência num acordo robusto e ambicioso no Conselho Europeu

António Costa recebeu ontem na residência oficial de São Bento, a exemplo do que tinha já acontecido na véspera com o líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. Um encontro que, tal como o anterior, serviu para acertar uma estratégia comum entre Portugal e Itália, no Conselho Europeu de 17 e 18 deste mês, em defesa das propostas da Comissão Europeia em relação ao fundo de recuperação com um valor global de 750 mil milhões de euros e do Quadro Plurianual para 2021/2027.

Uma estratégia comum que, segundo os dois governantes, se justifica ainda mais depois de a própria Comissão Europeia ter divulgado uma análise bastante negativa sobre a evolução a curto e médio prazo da economia dos 27 Estados-membros da União Europeia. Um agravamento que para Portugal se estima agora numa contração de 9,8% do produto, acima da anterior projeção da própria Comissão Europeia que apontava para os 6,8%, referindo o primeiro-ministro português, a este propósito, que o Governo que lidera “tem já o hábito de trabalhar para contrariar as previsões”.

Para António Costa, que falava ao lado do primeiro-ministro italiano, em conferência de imprensa conjunta, em São Bento, esta revisão em baixa das previsões económicas para o conjunto dos países da União Europeia obriga a que os líderes europeus cheguem a um acordo o mais alargado possível, subscrevendo e apoiando a proposta da Comissão Europeia, que considerou “inteligente, justa e equilibrada”, acrescentando o primeiro-ministro português que agora “é muito difícil” e certamente inapropriado estar a “mexer num ou noutro elemento sem desestruturar a proposta no seu conjunto”, o que inevitavelmente impossibilitaria que se “chegasse a um acordo”.

E não se chegar a um acordo é, para António Costa, um cenário inadmissível, sobretudo nas circunstâncias atuais em que se encontram as economias europeias flageladas pela pandemia da Covid-19, sustentando que a solução razoável é a de “avançar com ambição”, perante uma situação “que é muito grave” em toda a Europa, designadamente, como referiu, ao nível do emprego.

Segundo o chefe do Governo português, os líderes europeus têm de ter a perceção de que “temos de chegar a Bruxelas na próxima semana com o objetivo claro de só de lá sair com um acordo concluído”, que terá de ser, como defendeu, “o mais possível próximo daquilo que é a proposta da Comissão Europeia”, corroborando António Costa as palavras do congénere italiano Giuseppe Conte quando defendeu que no próximo Conselho Europeu não vai haver lugar a “vencedores e a outros que perdem”, porque “ou vencemos todos juntos ou perdemos todos juntos”, lembrando o líder transalpino que a Europa está perante uma crise sem precedentes pelo que “não há tempo a perder”.

Diálogo com homólogos europeus

Já na parte final da conferência de imprensa, António Costa anunciou que em breve vai reunir, por videoconferência, com a homóloga dinamarquesa, Mette Frederiksen, adiantando que antes terá igualmente um encontro com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, já na próxima segunda-feira, em Haia, dois dos líderes políticos que mais se têm oposto à proposta da Comissão Europeia sobre o fundo de recuperação, tendo também previstas conversas com os seus homólogos da Hungria e da Polónia.