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Acordo é essencial para manter zona euro em terra firme

Acordo é essencial para manter zona euro em terra firme

A crise que se vive na Grécia revela que a austeridade “é mesmo uma receita que não funciona”, defendeu ontem António Costa, convidado da redação aberta do Jornal de Negócios.

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Acordo é essencial para manter zona euro em terra firme

Depois de considerar essencial que haja um acordo entre o Governo grego e os credores, para que a “zona euro se mantenha em terra firme”, o líder do PS não deixou de alertar para a necessidade de se encontrarem novos mecanismos no seio da União Europeia e da zona euro que proporcionem uma maior convergência entre os vários parceiros europeus sendo para isso preciso “melhorar a competitividade de um conjunto de economias”.

Para o Secretário-geral do PS, o Governo grego não tem andado bem ao ter sido “pouco prudente” na forma como tem vindo a lidar com os credores, avançando com propostas políticas de “forma unilateral”.

Defendeu, por isso, que o único caminho para um efetivo entendimento terá de passar por uma maior abertura de posições que “garanta estabilidade e integridade da zona euro”.

Criticou os líderes europeus por insistirem desde 2010 na linha económica e financeira da austeridade, recordando que a Grécia é o “trágico exemplo do insucesso destas políticas”, sendo este o país, como recordou, em toda a zona euro, que se encontra em “pior situação”.

Para António Costa, Passos Coelho e o seu Governo não estão isentos de culpas no desenrolar da gestão da crise entre a zona euro e o Governo grego.

A forma “hostil” como o Governo português se posicionou no quadro das negociações, entre as autoridades helénicas e os credores, foi para o líder socialista um “erro”, lembrando que o PS sempre defendeu que os problemas com que a Grécia se confronta devem ser assumidos pelo conjunto da União Europeia, o que exige por parte de Bruxelas e de todos os governos uma “atitude construtiva para encontrar uma solução de conjunto”.

Virar a página

O Secretário-geral do PS voltou a defender que é possível acabar com as políticas de austeridade sem que isso tenha de significar uma saída do euro.

Criticou, a este propósito, as alternativas que os partidos da direita têm vindo a defender, de uma “capitulação perante a austeridade”, ou a solução apontada pela esquerda radical, de uma rutura com a zona euro. António Costa salientou que o desafio que está colocado, “e pelo qual o PS se tem vindo a bater”, é que o país precisa de demonstrar que é possível criar um espaço para “virar a página da austeridade sem romper com o euro”.