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A nossa Europa

A nossa Europa

Ana Catarina Mendes, Secretária-geral adjunta do Parido Socialista, partilhou hoje, em opinião publicada, as suas reflexões sobre as eleições europeias, os riscos e desafios que se colocam à Europa e, também, sobre os avanços que Portugal registou em resultado da ação governativa do PS.

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A nossa Europa

“As eleições europeias de maio serão as mais importantes da história da União Europeia. Sim, o Brexit. Mas também os nacionalismos fermentados pelos populismos que alastram, que se traduzem em pulsões isolacionistas e atacam os próprios fundamentos da construção europeia, desde logo aqueles plasmados numa das mais belas e emblemáticas conquistas da Europa unida, que é a livre circulação de pessoas.

A nossa convicção é que é na Europa e não fora dela que estas questões que se superam. Somos radicalmente europeus, europeístas convictos, mas certamente não a qualquer preço. A Europa que queremos é a Europa dos povos, que dedique a sua energia e os seus recursos a resolver os problemas das pessoas. A União Europeia não existe para se justificar a si própria e há que reconhecer que às vezes possa ser essa a imagem que faz passar, mas como um instrumento aos serviços dos povos e dos estados-membros. A ela lhe devemos, desde logo, o maior período de paz na história deste território, mas sabemos que há muito a mudar para que a UE assuma plenamente a sua vocação de alavanca ao desenvolvimento. Uma mudança que só se poderá fazer, repito, dentro e não fora da UE.

Nos últimos três anos, sob impulso do Governo do PS, mudou muito o papel de Portugal na Europa. Abandonámos o papel único de resignados e obedientes bons alunos e temos hoje voz própria. Portugal voltou a ser escutado com atenção e a ter um papel influente, liderando debates, mobilizando sinergias entre estados-membros, propondo soluções. Não, ao contrário do que alguns dizem (os mesmos que se sentiam realizados no exclusivo papel de aluno obediente) não é um acaso ou fruto de qualquer bambúrrio que o ministro das Finanças de Portugal seja hoje o presidente do Eurogrupo. Ajudámos a ir mudando o pensamento europeu e isso reflete-se na perda de influência da ortodoxia neoliberal, que há três anos predominava e impunha as soluções, tidas como únicas. Hoje reconhece-se que havia (e continua a haver) outro caminho.

É esse caminho outro que temos de prosseguir. Em Portugal e na Europa. Porque, para nós, Portugal é Europa”.