home

“A festa continua a ser bonita, pá”

“A festa continua a ser bonita, pá”

"Os objetivos de Abril estão sempre inacabados" e as exigências "são cada mais profundas", disse o Secretário-geral do PS, esta manhã, na conferência promovida pela Associação 25 de Abril alusiva ao 45º aniversário da revolução dos Cravos.

Notícia publicada por:

“A festa continua a ser bonita, pá”

“A festa continua a ser bonita, pá”, disse António Costa numa adaptação da letra de Chico Buarque para ilustrar o estado atual da democracia portuguesa após 45 anos sobre a Revolução de Abril.

“Quando Vasco Lourenço evoca a canção de que foi bonita a festa pá, há uma coisa que quero garantir: A festa continua a ser bonita, pá”, afirmou o Secretário-geral do PS na sessão de abertura da conferência promovida pela Associação 25 de Abril, que teve lugar esta manhã na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O primeiro-ministro salientou a erradicação das barracas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto como uma das principais conquistas pós 25 de Abril que concorre para garantir o direito à habitação.

Todavia, “ainda há 26 mil famílias que vivem em condições indignas. Por isso, temos o objetivo de quando chegarmos ao dia 25 de Abril de 2024, com a celebração dos 50 anos da revolução, garantirmos a todas as famílias portuguesas um nível de habitação condigno”, afirmou António Costa.

A igualdade de género e os direitos das mulheres foi outro dos temas abordados pelo líder socialista que lembrou alguns dos avanços alcançados em matéria de igualdade, nomeadamente, o acesso das mulheres às carreiras militar e diplomática, assim como no domínio dos direitos civis.

“É extraordinário tentarmos imaginar o que a sociedade mudou nestes últimos 45 anos”, mas, para o líder socialista, ainda “há fatores que não mudaram e que têm de mudar” em Portugal.

“Quando nós sabemos que, 45 anos após o 25 de Abril, a diferença salarial entre homens e mulheres, para a mesma função e para o mesmo lugar, ainda é em média de menos de 18% para as mulheres, não podemos estar satisfeitos. Quando nós sabemos que só este ano já houve 12 mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica, temos de dizer que, de facto, não alcançámos aquilo que temos de alcançar”, declarou António Costa.

Para o Secretário-geral do PS, “a desigualdade de género é mesmo o maior fator de desigualdade, porque atravessa metade da humanidade. Os desafios de igualdade salarial, da conciliação da vida familiar com a profissional, e de um maior equilíbrio nas funções de direção nas empresas ou na administração pública ainda os temos de vencer”, indicou.

E “para aqueles que pensam que a revolução acabou em 25 de novembro de 1975, digo que a revolução é mesmo inacabada”, afirmou António Costa.