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“A economia real não está a criar emprego”

“A economia real não está a criar emprego”

As mentiras do primeiro-ministro sobre o emprego em Portugal foram ontem desmontadas com números e dados concretos pelo dirigente socialista Porfírio Silva, salientando que no cômputo geral “a economia real não está a criar emprego”.

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“A economia real não está a criar emprego”

Intervindo como convidado no programa “Quadratura do Círculo”, da SIC-Notícias, Porfírio Silva lamentou “as coisas que Passos Coelho consegue ver contra todos os dados, contra toda a documentação factual e histórica”, apontando como exemplo paradigmático as afirmações horas antes do chefe do Governo num programa da TVI sobre o desemprego.

Para o dirigente socialista, as palavras do primeiro-ministro sobre os números do desemprego mostram muito do “método da política que está a ser seguida” pelo líder da maioria de direita.

Porfírio Silva disse que “os governos do PS, em balanço, também perderam emprego”, mas, adiantou, “entre o primeiro trimestre de 2005 e o terceiro trimestre de 2008, ou seja, antes dos efeitos do começo da crise internacional, criaram-se 125 mil empregos, e no resto do período foram destruídos cerca de 60mil”.

Em contraponto, no período deste Governo, disse o secretário nacional do PS, “em saldo perderam-se 320 mil empregos”. Face a estes números, continuou Porfírio Silva, a resposta do primeiro-ministro é a de que “primeiro correu mal, destruíram-se 440 mil empregos, mas agora está a correr melhor, porque já se criaram 120 mil”.

Números enganadores

Mas estes números são enganadores, disse Porfírio Silva, porque afinal a estratégia do Governo “não está a correr bem, já que a economia não está a criar emprego”.

O dirigente socialista explicou então que “estão 160 mil pessoas em programas ocupacionais, sendo que os ocupados são por definição desempregados que estão ocupados mas que não estão sequer em programas para criar emprego”.

A estes somam-se, continuou, “os que estão em estágios, mais os 250 mil desencorajados, ou seja, pessoas que estão disponíveis para trabalhar mas não cumprem os critérios administrativos para demonstrar que estão a procurar emprego, mais os 400 ou 450 mil que foram obrigados a emigrar e, portanto, baixam a base de comparação”.

Em suma, concluiu, “a economia real não está a criar emprego”, ao contrário do que o primeiro-ministro pretende fazer crer.