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A direita vai sofrer a maior derrota de sempre

A direita vai sofrer a maior derrota de sempre

António Costa acusou ontem o Governo de revelar um “profundo desprezo e insensibilidade” em relação aos portugueses. Num grande comício em Leiria, o Secretário-geral do PS afirmou que as políticas da troica só vão terminar “quando este Governo acabar”, manifestando a certeza de que a direita vai sofrer “a maior derrota de sempre”.

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A direita vai sofrer a maior derrota de sempre

Na sua intervenção, o Secretário-geral do PS recordou à direita que a vida humana “é única e irrepetível” e não uma qualquer tabela de contabilidade. António Costa referia-se, entre outros casos, ao drama de cidadãos que esperam por uma consulta urgente, que assistem à partida para a emigração dos seus filhos, ou ao desânimo dos desempregados de longa duração que “desesperam” porque não encontrarem outra oportunidade de trabalho.

Essas são as histórias da realidade de um país, fez questão de acentuar António Costa, um país que chegou a este estado porque “durante quatro anos foi governado por um Governo que desprezou as pessoas e que teve total insensibilidade social em relação àquilo que os portugueses esperavam”.

Lamentou que a coligação PSD/CDS insista na falsidade de que foram obrigados pela troica a prosseguir nos ataques aos salários da Função Pública, aos reformados e às suas pensões, no aumento exponencial dos impostos, ou ao bem-estar da classe média. Políticas que, para António Costa, “iriam sempre ser seguidas” mesmo depois de o “relógio de Paulo Portas ter chegado a zero e troica formalmente ter partido”.

Por isso, realçou, as políticas da troica só vão terminar “quando este Governo acabar e a política em Portugal mudar com um Governo do PS”, garantindo que a direita vai sofrer, nas próximas eleições do dia 4 de outubro, “a maior derrota de sempre”.

Governo revela falta de respeito pelos portugueses

António Costa exigiu também ao ainda primeiro-ministro que explique se vai ser ou não necessário recapitalizar o Novo Banco e que medidas excecionais vão ser precisas para cumprir a meta do défice e da dívida em 2015.

Afirmou depois, socorrendo-se dos mais recentes dados da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), sobre a evolução do défice em Portugal, que o Governo, só no primeiro semestre deste ano, já gastou 80% do total de despesas previstas, atirando o défice para os 4,7%, “muito longe das metas previstas pelo Governo de 2,7%”, provando que estes números revelam o “fracasso” da coligação no cumprimento da meta do défice.

A “verdade é como o azeite”, disse o Secretário-geral socialista, declarando que “mais grave do que o défice de 2014”, é a evolução da execução orçamental de 2015 que põe “claramente em risco” o cumprimento das metas deste ano.

António Costa voltou-se depois para a dupla Passos/Portas, criticando-os sobre as consequências do adiamento da venda do Novo Banco, afirmando que “pior do que a incompetência na política financeira”, é a falta de respeito pelos portugueses que PSD/CDS têm vindo a demonstrar com a falsa argumentação que utiliza para “justificar o seu enorme fracasso”, nomeadamente quer em relação à redução da dívida quer ao défice.

A governação da direita correu mal

Neste comício interveio também Álvaro Beleza, médico de profissão, que manifestou desejo na vitória do PS, defendendo que preferia ver os portugueses às quatro da manhã a fazerem fila para votarem em António Costa, do que “vê-los a essas horas a fazerem fila para fazer endoscopias”, como tem vindo a suceder em diversos pontos do país à porta dos centros de saúde.

Álvaro Beleza lembrou a tragédia das pessoas que tiveram que esperar em enormes filas, desde as primeiras horas da madrugada, junto a um centro de saúde na Amadora para poderem fazer uma endoscopia, dando assim um exemplo, como referiu, do grau de destruição que a direita tem feito no Serviço Nacional de Saúde.

Lembrou que António Costa é um homem de diálogo e de consensos, créditos que pôde comprovar, entre outras ocasiões, na sua passagem enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, garantindo que o PS é um “partido moderado, defensor da estabilidade e um partido charneira da política portuguesa”.

“Quero um futuro de esperança e uma mudança para melhor”, criticando depois a “história contada por Pedro e Paulo”, afirmando que a governação destes quatro anos da direita “não correu nada bem”.