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A DECADÊNCIA DO PSD

A DECADÊNCIA DO PSD

O Presidente do PS e líder parlamentar, Carlos César, disse, recentemente, que o PSD é o partido do contra, retratando com exatidão o que os ditos sociais-democratas são hoje como força política. Não passam disso.

Opinião de:

A DECADÊNCIA DO PSD

Desde a vigência do Governo PS, só votaram a favor do Orçamento Retificativo, no início do mandato, viabilizando-o. No mais e no resto, estiveram contra todas as medidas do Governo. É caso para dizer, se me permitem a imagem, que uma andorinha não faz a primavera e o PSD bem precisa de uma primavera política, pela sua postura anti-Abril e anti-país, fruto da liderança ultradireitista de Passos Coelho, ou mesmo de extrema-direita. A oposição que faz ao Governo do PS é sistemática e destrutiva. Parafraseando Carlos César, está sempre contra. Numa palavra, pratica o bota-abaixo, o oposto de uma oposição séria, construtiva e responsável, apanágio dos partidos democráticos, sem défice de patriotismo. Por vezes, até, renegou-se, traiu-se a si próprio, só para não apoiar o PS.

É a miséria moral do PSD. Prostitui-se em nome de um desejo irreprimível de estar contra, sem apresentar, na grande maioria das matérias, propostas alternativas. Refiro-me, por exemplo, à redução da TSU dos patrões. Sendo um defensor da iniciativa privada, e tendo proposto medida idêntica, não teve pejo nem rebuço em aliar-se ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista para derrotar o Governo. O PSD nega-se a si mesmo e nega a política, que é uma atividade nobre, que não se compadece com estas faltas de ética. Não lhe ficaria também mal apoiar o Programa de Estabilidade e Crescimento, em vez de o ter criticado abertamente. Muito mais do que isso fez o atual Presidente da República, que viabilizou Orçamentos do PS, e não apenas retificativos, quando foi líder do PSD. Passos ignora, porventura deliberadamente ou por desconhecimento grave – não esquecer que não sabia que tinha de pagar à Segurança Social -, uma premissa fundamental: tanto se serve o país no Governo, como na oposição.

A política do bota-abaixo seguida pelo PSD tem sido ruinosa para o partido – está em queda livre nas sondagens, já abaixo dos 25 por cento! A opinião pública olha para Passos Coelho como um líder que diz mal de tudo, irresponsável, que até põe a Comissão Europeia à frente do próprio país. A sua popularidade já esteve igual à do deputado do PAN! Mas, quanto a mim, o maior defeito de Passos e seus acólitos é terem inveja pelo país estar no bom caminho, a recuperar bem, sem eles ao leme. O que permite extrair uma ilação: não é só a Comissão Europeia, a Merkel, que, felizmente, deve ter os dias contados, e o guru Schauble que colocam à frente do país. São também eles próprios, o que é de um narcisismo atroz e de uma falta de patriotismo indigna de dirigentes políticos que se prezem. O PSD atravessa grande crise de identidade e de liderança. O tão falado Montenegro é mais do mesmo, quando é preciso mudar. Caucionou no Parlamento a política de Passos. Que autoridade tem?