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20 anos após o Nobel da Literatura

20 anos após o Nobel da Literatura

“Quando recordamos o Nobel de Saramago procuramos prestar homenagem a toda a cultura” e a todos os criadores, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, a propósito dos 20 anos sobre a atribuição do Nobel da Literatura ao escritor português.

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20 anos após o Nobel da Literatura

Como forma de assinalar o 20º aniversário sobre o anúncio da atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago, o primeiro-ministro realizou um périplo por três locais marcantes na vida do escritor: Azinhaga do Ribatejo, Lisboa e Lanzarote.

Ontem, domingo, António Costa visitou a vila de Azinhaga do Ribatejo, concelho de Golegã, terra natal de José Saramago onde o autor dizia que precisava de regressar para “acabar de nascer”.

“Foi aqui (Azinhaga) que construiu a visão do mundo, seguramente a experiência que aqui teve, dos seus avós, dos trabalhadores rurais, da realidade social da Azinhaga que foi determinante na sua formação ideológica, na sua formação como cidadão e na sua afirmação como homem do mundo”, referiu António Costa perante os conterrâneos do escritor.

Referindo-se à importância que Saramago sempre atribuiu às suas raízes, o líder do Governo lembrou o momento em que “perante a academia que lhe atribuiu o Prémio Nobel”, José Saramago iniciou o seu discurso solene “por recordar que a pessoa com quem mais aprendeu tinha sido o seu avô Jerónimo”.

No mesmo dia, já na Casa dos Bicos, em Lisboa, sede da Fundação José Saramago, António Costa depositou um ramo de flores junto à oliveira onde estão depositadas as cinzas de José Saramago e visitou a exposição dedicada ao escritor.

Na véspera, sábado, o líder socialista deslocou-se à ilha espanhola de Lanzarote, onde o escritor viveu os seus últimos 17 anos de vida ao lado da sua companheira, a espanhola Pilar del Rio.

“Lanzarote foi de algum modo a forma que Saramago encontrou de realizar a utopia da “Jangada de Pedra” mas a jangada de pedra não é uma forma de nos afastarmos da Europa, é uma forma de continuarmos a ser europeus, não esquecermos o que fomos sempre ao longo da nossa história e de como este mundo é um mundo aberto”, disse o líder socialista numa alusão a uma das obras mais conhecidas do autor.

Trata-se de uma mensagem “particularmente importante, nesta altura em que estamos com muros e a criar barreiras, de se perceber como para nós, como para os espanhóis, os mares nunca foram fator de distância e afastamento, pelo contrário, foram sempre forma de aproximar culturas”, sublinhou António Costa perante as presenças de Pilar del Rio e do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez.